terça-feira, 29 de novembro de 2011

Projeto de Lietratura e Tecnologia


Acredito na possibilidade de que o hipertexto contemporâneo – construído na
soma de muitas mãos, e aberto para todos os links e sentidos possíveis - seja uma
versão dessa polifonia que Bakhtin procurava; e na escola, uma possibilidade para
construir uma sala de aula aberta à pluralidade de vozes, à construção coletiva, à
partilha das interpretações, à democracia da palavra.
(Andrea Cecília Ramal, 2000)

Na sociedade da informação todos estamos reaprendendo a conhecer, a comunicar-nos, a ensinar e a aprender; a integrar o humano e o tecnológico; a integrar o individual, o grupal e o social. Uma mudança qualitativa no processo de ensino e aprendizagem acontece quando conseguimos integrar dentro de uma visão inovadora todas as tecnologias: as telemáticas, as audiovisuais, as textuais, as orais, musicais, lúdicas e corporais.
Passamos muito rapidamente do livro para a televisão e vídeo e destes para o computador e a Internet, sem aprender e explorar todas as possibilidades de cada meio. O educador tem um grande leque de opções metodológicas, de possibilidades de organizar sua comunicação com os alunos, de introduzir um tema, de trabalhar com os alunos presencial e virtualmente, de avaliá-los. Cada docente pode encontrar sua forma mais adequada de integrar as várias tecnologias e procedimentos metodológicos. Mas também é importante que amplie, que aprenda a dominar as formas de comunicação interpessoal e grupal e as de comunicação audiovisual e telemática.
O hipertexto, nova forma de escrita e de comunicação da sociedade informático-mediática, é uma espécie de metáfora que vale para as outras dimensões da realidade. A internalização da estrutura do hipertexto como mediação para a produção de conhecimento implica novas formas de ler, escrever, pensar e aprender.
A hipertextualidade não é um mero produto da tecnologia, e sim um modelo relacionado com as formas de produzir e de organizar o conhecimento, substituindo sistemas conceituais fundados nas ideias de margem, hierarquia, linearidade, por outros de multilinearidade, nós, links e redes.Essa maleabilidade traz a reflexão sobre o digital – trata-se de outro tipo dematerialidade. Muda a relação com o objeto: o texto não é mais algo palpável, mas feito de bites, e ocupam um espaço difícil de definir ou imaginar.