Quem mexeu?

Quem mexeu na minha sala de aula?

a partir do artigo de Andrea Ramal
na Revista Pátio Ano XIII  nº 50 de mai/jul 2009

Inspirado no livro "Quem mexeu no meu queijo?" de Johnson e Spencer, Ed. Record.

 

Quem mexeu na minha sala de aula?

A experiência da tecnologia digital muda a forma como nos relacionamos com o conhecimento e, portanto, a forma de aprender.





Milhões de crianças e jovens  conectados aos monitores  constituem uma  inteligência coletiva em movimento. Eles não entendem uma vida sem dispositivos tecnológicos e multimídias.



A cibercultura traz à escola um novo estilo cognitivo,  a possibilidade de uma  organização dos saberes em rede.



Características do Currículo da Escola da Cibercultura
  1. Metamorfose: se transforma de acordo com o contexto, com os objetivos pedagógicos e os interesses dos estudantes;
  2. Mobilidade dos centros: sem saberes preponderantes sobre os outros, com “nós” igualmente funcionais e multiconectados;
  3. Interconexão: com saberes integrados a um todo complexo e visões globais da realidade;
  4. Exterioridade: voltado para fora (em vez de ser uma unidade orgânica isolada) e dialoga com o que é exterior à escola:
  5. Hipertextualidade: diversidade de mídias e textos, o que permite múltiplas navegações;
  6. Polifonia: lugar do diálogo interdisciplinar e intercultural, a arena das diversas vozes e dos variados lugares sociais, rede inclusiva, integradora e transformadora dos sujeitos e do mundo.
Na cibercultura, o maior agente de mudança é o professor.

É dele uma responsabilidade intransferível e marcada pela urgência: a de reinventar espaços e tempos escolares.

O professor da cibercultura descontrói paradigmas, abandona o estilo transmissivo e converte-se no profissional que vai traçar as estratégias cognitivas para cada grupo de alunos.

Em um processo contínuo de reflexão na ação, e apropriando-se das tecnologias como novos ambientes de aprendizagem, ele é uma espécie de arquiteto do conhecimento:
  •  elabora e testa hipóteses sobre as melhores formas de construção da árvore de competências, conteúdos e habilidades de cada aluno;
  •  indica caminhos, propõe desafios e metas, desenha os mapas de navegação na mente.

Mobiliza a inteligência coletiva e, através dela, envolve cada pessoa em processos de construção cooperativa, na polifonia de uma rede que acolhe e ampara, distribui e abastece, comunica e entrelaça.




"O professor tem que parar de ser veículo de conteúdo para ser um gerador de debates!" (Marcelo Tas




No mundo dos meios digitais não há como erguer muros e grades curriculares.

“O modelo da disciplinarização quebra o complexo do mundo, produz fragmentos, fraciona os problemas, separa o que é ligado, unidimensionaliza o multidimensional.” Edgar Morin.